V. Setúbal-F.C. Porto, 1-2 (crónica)

O campeão F.C. Porto venceu o primeiro round de dois jogos com o V. Setúbal por 2-1 num jogo em que os treinadores pouparam alguns dos principais actores para a Taça de Portugal. O líder adaptou-se melhor às mudanças e ganhou vantagem, mas os sadinos ainda renasceram com um golaço de Hugo e estiveram muito perto do empate. Feitas as contas, um bom jogo de bola a deixar água na boca para o segundo round marcado já para a próxima terça-feira.
Carlos Carvalhal poupou mais na frente, sem Leandro, Cláudio Pitbull e Bruno Gama, enquanto Jesualdo Ferreira refrescou mais atrás, sem Bosingwa, Bruno Alves, Pedro Emanuel (castigado) e Paulo Assunção. Os primeiros vinte minutos foram de equilíbrio, com as duas equipas concentradas na absorção dos novos elementos e consequentemente a perderem as respectivas dinâmicas. Um período marcado por muitas faltas e sucessivas paragens, com as oportunidades a surgirem exclusivamente em lances de bola parada, que foram muitos.
No entanto, não demorou muito para perceber que o «velho» ataque do F.C. Porto, praticamente intacto, estava a levar a melhor sobre a habitual defesa do Vitória; enquanto o «novo» ataque sadino, com Kim demasiado desamparado na frente, pouca mossa fazia sobre a improvisada defesa do campeão. Bastou Quaresma dar um empurrão ao carrocel argentino, com as suas trivelas, para se notarem os primeiros desequilíbrios e os consequentes golos.
Primeiro por Lisandro, a aumentar o seu pecúlio na Liga para 23, com um desvio com a coxa, junto ao segundo poste, depois de um cruzamento de Quaresma da direita, desviado de forma subtil por Kaz. Logo a seguir foi a vez de Lisandro retribuir, da esquerda. Auri falhou a intercepção e Mariano (usou a mão?), só com Eduardo pela frente, encheu o pé para o segundo. Tudo demasiado fácil para o campeão, de tal forma que Jesualdo já estaria certamente a pensar em poupar mais três pedras para a Taça. O Vitória, com um figurino menos acutilante, com Hugo à frente da defesa, um quarteto de médios e Kim sozinho na frente, não conseguia esboçar uma reacção, enquanto Lucho quase fazia o 3-0, com um pontapé colocado à barra.
O Vitória precisava de um choque para voltar ao jogo e este surgiu de forma inesperada, pelo menos, para a defesa do F.C. Porto que não deu importância quando o veterano Hugo surgiu destacado, a cerca de 25 metros da baliza de Nuno, e desferiu um remate seco que só parou quando encontrou as redes. Um golo que reanimou as bancadas do Bonfim e a sua equipa que, até ao intervalo, deixou claro que o jogo ainda não estava decidido. Jesualdo trocou Fucile por Bosingwa, enquanto Carvalhal fez uma aproximação ao Vitória original, com as entradas de Ricardo Chaves e Bruno Gama.
F.C. Porto encolheu e o Vitória acreditou até ao fim
O F.C. Porto voltou a entrar mais forte, novamente com Quaresma a assumir as despesas, mas agora também tinha de correr para defender. Um cruzamento de Bruno Gama quase proporcionou o empate a Kim que, no coração da área, atirou por cima. Logo a seguir o coreano atirou caprichosamente à barra. O jogo estava vivo e Carvalhal deu-lhe mais uma pitada de sal fazendo entrar Cláudio Pitbull há demasiado tempo sentado no banco. Jesualdo enveredava pelo caminho oposto e trocava Lisandro por Adriano.
O Vitória foi carregando, o F.C. Porto foi-se encolhendo e mais pequeno ficou depois da saída de Lucho. Cláudio Pitbull ainda veio a tempo de deixar a sua marca, primeiro num livre que obrigou Nuno a defesa incompleta, depois com um remate de longe que passou a poucos centímetros do poste. As oportunidades sucederam-se na baliza de Nuno, mas o resultado manteve-se inalterável até final.
Um bom jogo de futebol com repetição marcada para a próxima terça-feira, certamente com onzes bem diferentes e outras pretensões de parte a parte. O resultado desta noite deixa o Vitória mais longe da luta do segundo lugar, já a sete pontos do seu homónimo minhoto, e reforça a liderança do campeão.